Viscum album no Tratamento do Câncer: O Que a Ciência Diz?

 

Por: Informativo SPES

 

A terapia com Viscum album, também conhecido como visco, tem ganhado popularidade como um tratamento complementar para o câncer, especialmente na Europa Central. Pacientes e médicos têm buscado essa abordagem devido às suas propriedades farmacológicas promissoras, que incluem efeitos citotóxicos e imunomoduladores. Mas o que as pesquisas dizem sobre a eficácia dessa terapia? Uma revisão publicada na revista Arte Médica Ampliada traz uma análise detalhada sobre o uso do Viscum album no controle tumoral e na melhoria da qualidade de vida.

O Que é o Viscum album?

O Viscum album é uma planta semiparasita, popularmente conhecida como visco, que cresce em várias árvores hospedeiras, como carvalhos e pinheiros. Seus extratos são utilizados há décadas na medicina complementar, principalmente no tratamento de pacientes com câncer. A terapia com visco é especialmente popular na Alemanha e em outros países da Europa Central, onde é amplamente prescrita por médicos que buscam melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais, como a quimioterapia e a radioterapia.

Propriedades Farmacológicas do Viscum album

Os extratos de Viscum album apresentam duas propriedades principais que despertam o interesse da comunidade médica:

  • Efeitos citotóxicos: O visco tem a capacidade de atacar diretamente as células tumorais, promovendo sua destruição.
  • Efeitos imunomoduladores: A terapia com visco também estimula o sistema imunológico, ajudando o corpo a combater o câncer de forma mais eficaz.

Essas características tornam o Viscum album um candidato interessante para o tratamento complementar do câncer, especialmente em pacientes que buscam alternativas naturais para melhorar sua resposta ao tratamento convencional.

Desafios na Realização de Ensaios Clínicos

Embora o Viscum album tenha mostrado resultados promissores, a realização de ensaios clínicos para avaliar sua eficácia enfrenta vários desafios. Um dos principais obstáculos é a dificuldade em manter um grupo de controle aleatório e cego, o que é essencial para garantir a validade dos resultados. Além disso, os altos custos envolvidos na condução de estudos independentes limitam o número de pesquisas de grande escala sobre essa terapia.

Apesar dessas dificuldades, a revisão destaca que existem estudos de boa qualidade que mostram os benefícios do Viscum album no tratamento do câncer. Esses estudos indicam que a terapia pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes, reduzir os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais e, em alguns casos, até mesmo ajudar no controle tumoral.

O Que a Comunidade Médica Deve Considerar?

A revisão conclui que, embora a realização de ensaios clínicos sobre a terapia com Viscum album seja desafiadora, os dados disponíveis são encorajadores. A comunidade médica deve considerar tanto os dados estatísticos quanto a experiência clínica na avaliação da eficácia dessa terapia.

Muitos médicos na Europa Central já incorporaram o Viscum album em suas práticas clínicas, com base em anos de observação dos benefícios relatados por seus pacientes. Isso sugere que, além dos resultados de ensaios clínicos, a experiência prática deve ser levada em consideração ao avaliar o papel do visco no tratamento complementar do câncer.

Conclusão

O Viscum album continua a ser uma opção promissora no tratamento complementar do câncer, especialmente para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os efeitos adversos dos tratamentos convencionais. Embora mais ensaios clínicos sejam necessários para validar sua eficácia de forma conclusiva, os estudos existentes e a experiência clínica acumulada indicam que essa terapia merece atenção por parte da comunidade médica.

Para mais detalhes sobre o estudo, acesse o artigo completo https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012000800002.

Referência:
Kienle, G. S., & Kiene, H. (2017). Ensaios clínicos da terapia com Viscum album para o câncer – Uma revisão. Arte Médica Ampliada, 37(2).