Nova Diretriz da ASCO Explora o Uso da Medicina Integrativa para o Tratamento da Dor em Pacientes Oncológicos.
Por: Informativo SPES
Quando falamos de tratamento oncológico, a gestão da dor é uma das áreas que mais desafia pacientes e profissionais de saúde. Nesse cenário, surge uma nova diretriz, fruto da colaboração entre a Sociedade de Oncologia Integrativa e a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), que traz uma perspectiva inovadora: o uso da medicina integrativa para o manejo da dor em pacientes com câncer.
O que é a Medicina Integrativa?
A medicina integrativa combina terapias complementares com tratamentos médicos convencionais. A ideia não é substituir as terapias tradicionais, mas sim agregar práticas que possam melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A nova diretriz revisou 227 estudos publicados entre 1990 e 2021, incluindo revisões sistemáticas, meta-análises e ensaios clínicos randomizados, para desenvolver recomendações baseadas em evidências.
Terapias Recomendadas
A diretriz sugere várias abordagens complementares para o manejo da dor oncológica:
– Acupuntura: Eficaz para dor articular, especialmente em pacientes que utilizam inibidores de aromatase.
– Ioga: Recomendada para dores gerais do câncer e dores musculoesqueléticas.
– Reflexologia e Acupressão: Indicadas para aliviar diferentes tipos de dor, incluindo a neuropatia periférica induzida por quimioterapia.
– Massagem: Ajuda na redução do desconforto físico.
– Imaginação Guiada com Relaxamento Muscular Progressivo: Utilizada para promover relaxamento e alívio da dor.
Cada uma dessas terapias foi avaliada quanto à qualidade das evidências disponíveis e a força das recomendações para diferentes tipos de dor.
E as Crianças?
Embora a diretriz apresente recomendações claras para adultos, as evidências para o uso de terapias integrativas em pacientes pediátricos ainda são insuficientes. Mais pesquisas são necessárias para entender como essas abordagens podem beneficiar crianças e adolescentes com câncer.
O Futuro do Manejo da Dor em Oncologia
Essa diretriz representa um passo importante em direção a um cuidado mais holístico e personalizado. Ela reforça a importância de integrar práticas complementares com tratamentos convencionais, sempre baseadas em evidências científicas sólidas.
Para profissionais de saúde, cuidadores e pacientes interessados em explorar mais sobre essas abordagens, a diretriz completa e recursos adicionais podem ser acessados nos sites da Sociedade de Oncologia Integrativa e da ASCO.
Essa nova visão sobre o manejo da dor oncológica pode ser exatamente o que muitos pacientes precisam para melhorar sua qualidade de vida durante o tratamento. É um campo em crescimento que certamente merece atenção e mais pesquisas no futuro.
Referência:
Autores: Jun J. Mao, MD, MSCE; Nofisat Ismaila, MD, MSc; Ting Bao, MD; Debra Barton, PhD; Eran Ben-Arye, MD; Eric L. Garland, PhD; Heather Greenlee, ND, PhD; Thomas Leblanc, MD; Richard T. Lee, MD; Ana Maria Lopez; Gary H. Lyman, MD, MPH; Jodi MacLeod, BA; Viraj A. Mestre, MD, PhD; Dra. Kavitha Ramchandran; Lynne I. Wagner, PhD; Eleanor M. Walker, MD; Deborah Watkins Bruner, PhD; Claudia M. Witt, MD, MBA; Eduardo Bruera, MD. Revista de Oncologia Clínica. Volume: 40, Número 34. Ano 2022.
DOI: [10.1200/JCO.22.01357](https://doi.org/10.1200/JCO.22.01357)