Posted by & filed under Nutrição, SAÚDE.

Modificação de Carboidratos na Dieta: Uma Nova Abordagem para o Refluxo Gastroesofágico (GERD)

Por: Informativo SPES

O refluxo gastroesofágico (GERD) é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando sintomas como azia, desconforto e distúrbios do sono. Embora o tratamento convencional envolva medicamentos e mudanças no estilo de vida, um estudo recente sugere que a modificação na quantidade e no tipo de carboidratos na dieta pode ser uma intervenção eficaz para aliviar os sintomas dessa doença.

O Estudo: Investigando a Relação entre Carboidratos e GERD

O ensaio clínico randomizado, publicado em 2022, incluiu 98 veteranos diagnosticados com refluxo gastroesofágico. O objetivo era investigar como a modificação da ingestão de carboidratos, especialmente a redução de açúcares simples, impactava a exposição ao ácido esofágico e os sintomas de GERD, como azia e distúrbios do sono.

Os participantes foram divididos em diferentes grupos, cada um designado para seguir uma dieta específica por nove semanas, variando tanto a quantidade total de carboidratos quanto o tipo de carboidratos consumidos. Os pesquisadores monitoraram a exposição ao ácido esofágico e registraram o número total de episódios de refluxo, além de avaliar os sintomas relatados pelos próprios participantes.

Resultados Promissores

Os resultados do estudo foram claros: reduzir a ingestão de açúcares simples levou a uma diminuição significativa no tempo de exposição ao ácido esofágico e no número de episódios de refluxo. Além disso, os sintomas de GERD, como a frequência e severidade da azia e os distúrbios do sono, melhoraram em todos os grupos que modificaram a dieta.

Entre os principais achados estão:

  • Menor exposição ao ácido: Os participantes que reduziram a ingestão de açúcares simples apresentaram uma redução significativa no tempo em que o ácido permaneceu no esôfago, um dos principais fatores que contribuem para os sintomas de GERD.
  • Menos episódios de refluxo: A modificação na dieta também resultou em uma diminuição no número total de episódios de refluxo, aliviando os sintomas e melhorando o bem-estar dos participantes.
  • Melhora nos sintomas: Os participantes relataram menos azia e menos interrupções no sono, sugerindo que a dieta pode ter um impacto direto na qualidade de vida dos pacientes com GERD.

O Que Isso Significa para Pacientes com GERD?

Esse ensaio clínico oferece dados objetivos que apoiam a ideia de que mudanças na dieta, especialmente na redução de açúcares simples, podem ser uma intervenção eficaz para o manejo do refluxo gastroesofágico. Embora medicamentos continuem a ser uma parte importante do tratamento, essa pesquisa sugere que ajustes alimentares podem complementar as terapias tradicionais e melhorar significativamente os sintomas.

Além disso, a modificação na dieta é uma abordagem não invasiva e acessível, o que a torna uma opção atraente para muitos pacientes que buscam formas de controlar o GERD sem depender exclusivamente de medicamentos.

Recomendações Práticas

Com base nos resultados deste estudo, os profissionais de saúde podem considerar recomendar uma redução na ingestão de açúcares simples para pacientes com GERD. Isso pode incluir evitar alimentos como doces, refrigerantes e outros produtos ricos em carboidratos simples, substituindo-os por opções mais saudáveis e com carboidratos complexos, como grãos integrais e vegetais.

Embora mais estudos sejam necessários para confirmar esses achados e explorar os mecanismos exatos envolvidos, os resultados são promissores e oferecem uma nova perspectiva para o manejo dietético do refluxo gastroesofágico.

Conclusão

A modificação da ingestão de carboidratos, particularmente a redução de açúcares simples, surge como uma estratégia promissora para o tratamento do refluxo gastroesofágico. Este estudo fornece evidências de que mudanças na dieta podem reduzir a exposição ao ácido esofágico, diminuir os episódios de refluxo e melhorar os sintomas de GERD, como azia e distúrbios do sono. Para pacientes que buscam alternativas ou complementos aos tratamentos tradicionais, ajustar a dieta pode ser um passo simples, mas eficaz, para melhorar sua qualidade de vida.

Para mais detalhes sobre o estudo, acesse o artigo completo https://doi.org/10.1007/s40268-024-00479-1.

 

Referência:
Gu, C., Olszewski, T., King, K. L., Vaezi, M. F., Niswender, K. D., & Silver, H. J. (2022). The Effects of Modifying Amount and Type of Dietary Carbohydrate on Esophageal Acid Exposure Time and Esophageal Reflux Symptoms: A Randomized Controlled Trial. Received December 2, 2021; accepted June 10, 2022; published online June 21, 2022.

Posted by & filed under ONCOLOGIA.

Ácido Acetilsalicílico e Ascorbato: Uma Nova Promessa no Tratamento de Tumores Sólidos

 

Por: Informativo SPES

 

O tratamento do câncer é um dos maiores desafios da medicina moderna, e a busca por terapias mais eficazes e menos tóxicas é contínua. Um estudo recente publicado na revista Drugs in R&D investigou uma combinação promissora para o tratamento de tumores sólidos: o ácido acetilsalicílico (ASA), popularmente conhecido como aspirina, e o ascórbato (AS), ou vitamina C. Essa combinação pode abrir novas possibilidades para o tratamento do câncer, especialmente em países em desenvolvimento, onde o acesso a terapias convencionais é limitado.

O Estudo: Investigando o Carcinoma Ascítico de Ehrlich (EAC)

O estudo, conduzido por Nada M. El Ezaby e colaboradores, focou no carcinoma ascítico de Ehrlich (EAC), um tipo de tumor sólido que afeta camundongos. Foram utilizados 80 camundongos fêmeas, divididos em oito grupos, incluindo grupos saudáveis e grupos com carcinoma. O tratamento foi administrado durante 10 dias, com o ascórbato sendo injetado intraperitonealmente e o ácido acetilsalicílico administrado por via oral.

Os pesquisadores avaliaram uma série de parâmetros para medir a eficácia da terapia, incluindo o peso e o volume dos tumores, além de indicadores bioquímicos para verificar a função de órgãos vitais como fígado e rins.

Resultados Promissores

Os resultados foram animadores. A combinação de ASA e AS demonstrou ser mais eficaz do que o uso de cada substância isoladamente. Entre os principais achados, destacam-se:

  • Redução do tamanho dos tumores: A combinação de ASA e AS foi capaz de diminuir significativamente o volume tumoral nos camundongos com carcinoma.
  • Aumento da longevidade: Os camundongos tratados com a combinação viveram mais tempo em comparação com os grupos que não receberam o tratamento ou que receberam apenas uma das substâncias.
  • Melhora na função de órgãos: Além de atacar os tumores, o tratamento também melhorou a função de órgãos como fígado e rins, o que sugere um perfil de menor toxicidade em comparação com tratamentos convencionais, como a quimioterapia.

Esses resultados indicam que a combinação de ASA e AS pode ser uma opção promissora e menos agressiva para o tratamento de tumores sólidos, o que é especialmente relevante considerando os altos custos e os efeitos colaterais severos dos quimioterápicos atuais.

Uma Alternativa Mais Segura e Acessível?

Um dos grandes atrativos dessa combinação terapêutica é o baixo custo e a disponibilidade tanto do ácido acetilsalicílico quanto do ascórbato. Isso é particularmente importante em países em desenvolvimento, onde o acesso a medicamentos de alto custo pode ser limitado. Além disso, o perfil de segurança dessas substâncias, amplamente utilizadas em outras condições clínicas, torna essa abordagem ainda mais interessante.

No entanto, os autores do estudo destacam que, embora os resultados sejam promissores, mais pesquisas são necessárias para validar esses achados em humanos e entender melhor os mecanismos pelos quais essa combinação atua no combate ao câncer.

O Que Vem a Seguir?

A pesquisa abre portas para novas possibilidades no tratamento do câncer, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Ensaios clínicos em humanos serão necessários para verificar se os mesmos efeitos observados em camundongos se repetem em pacientes humanos. Além disso, será importante entender como essa combinação pode ser integrada aos tratamentos já existentes, como a quimioterapia e a radioterapia, e se há grupos específicos de pacientes que podem se beneficiar mais dessa abordagem.

Conclusão

A combinação de ácido acetilsalicílico e ascórbato surge como uma alternativa promissora no tratamento de tumores sólidos, com potencial para ser mais eficaz e menos tóxica do que as terapias convencionais. Com resultados que indicam redução tumoral, aumento da longevidade e melhora na função de órgãos vitais, essa terapia pode representar um avanço significativo, especialmente para países em desenvolvimento.

No entanto, como ressaltam os autores, é fundamental que mais estudos sejam realizados para confirmar esses resultados e explorar o potencial dessa terapia em humanos. Se continuar a se mostrar eficaz, essa combinação pode revolucionar o tratamento do câncer e melhorar a qualidade de vida de milhões de pacientes ao redor do mundo.

Para mais detalhes sobre o estudo, acesse o artigo completo https://doi.org/10.1007/s40268-024-00479-1.

 

Referência:
El Ezaby, N. M., Saad, E. A., & El Basuni, M. A. (2024). Acetylsalicylic Acid with Ascorbate: A Promising Combination Therapy for Solid Tumors. Drugs in R&D, 24, 303–316. https://doi.org/10.1007/s40268-024-00479-1

Posted by & filed under ONCOLOGIA, SAÚDE.

Helixor (Viscum album): Um Guia Prático para o Tratamento Complementar do Câncer

 

Por: Informativo SPES

O uso de terapias complementares no tratamento do câncer tem ganhado cada vez mais espaço, e o Helixor (Viscum album L.) é uma das opções que se destacam. Amplamente utilizado na Europa, especialmente na Alemanha, o Helixor é uma terapia baseada na planta Viscum album, popularmente conhecida como visco. Mas como essa terapia pode ser aplicada na prática clínica e quais são seus benefícios e precauções? Um artigo publicado na revista Arte Médica Ampliada oferece um guia prático para médicos sobre o uso do Helixor, respondendo às principais dúvidas e orientando sobre sua aplicação.

O Que é o Helixor?

O Helixor é uma preparação derivada do Viscum album, uma planta que cresce como parasita em diversas árvores. O produto é utilizado como um tratamento complementar em pacientes com câncer, visando melhorar a qualidade de vida e fortalecer o sistema imunológico. Além disso, o Helixor também pode ser indicado para condições pré-cancerosas e algumas doenças não oncológicas.

Como Funciona o Tratamento?

A terapia com Helixor é conhecida como Viscum-terapia e pode ser administrada de forma subcutânea. O tratamento tem como objetivo estimular o sistema imunológico, ajudando o corpo a combater as células cancerígenas. No entanto, a dosagem e o ajuste do tratamento variam de acordo com o paciente e a resposta individual à terapia.

O artigo destaca que o Helixor pode ser utilizado em diferentes fases do tratamento oncológico:

  • Durante o tratamento: Auxilia no fortalecimento do sistema imunológico, minimizando os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia.
  • Prevenção de recaídas: Pode ser utilizado após o tratamento para ajudar a prevenir o retorno do câncer.
  • Condições pré-cancerosas: Indicado em situações onde há risco de evolução para uma condição maligna.

Precauções e Contraindicações

Embora o Helixor seja amplamente utilizado, há algumas precauções importantes a serem consideradas. Pacientes com alergia ao Viscum album, doenças inflamatórias agudas ou doenças autoimunes ativas devem evitar a terapia ou utilizá-la com cautela. O acompanhamento médico é essencial para garantir que o tratamento seja seguro e eficaz.

As Variantes do Helixor

Uma característica interessante do Helixor é que ele possui três variantes principais: A, M e P. Cada uma dessas variantes é colhida de diferentes árvores hospedeiras, o que resulta em composições químicas distintas. Essas diferenças podem influenciar a eficácia do tratamento e a resposta do paciente.

  • Helixor A: Derivado de árvores como o abeto.
  • Helixor M: Colhido de macieiras.
  • Helixor P: Proveniente de pinheiros.

A escolha da variante ideal depende da condição clínica do paciente, da resposta a tratamentos anteriores e da experiência do médico. Cada variante pode ter efeitos diferentes sobre o sistema imunológico, e a decisão sobre qual utilizar deve ser cuidadosamente avaliada.

Reações Adversas e Ajuste de Dosagem

Como em qualquer tratamento, é importante monitorar possíveis reações adversas. Reações no local da injeção, como vermelhidão e inchaço, são comuns, mas geralmente leves. Outros efeitos colaterais podem incluir febre leve e sintomas semelhantes aos da gripe, que indicam uma resposta imunológica ativa.

A dosagem inicial costuma ser baixa e ajustada gradualmente, dependendo da tolerância do paciente e da resposta ao tratamento. O acompanhamento médico regular é fundamental para garantir que o tratamento esteja sendo eficaz e seguro.

Conclusão

O Helixor (Viscum album L.) é uma terapia complementar promissora para o tratamento do câncer, com potencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e fortalecer o sistema imunológico. No entanto, seu uso deve ser cuidadosamente monitorado, levando em consideração as contraindicações e a escolha adequada da variante da planta.

Para médicos que buscam incorporar o Helixor em suas práticas, é essencial seguir as orientações clínicas e ajustar o tratamento de acordo com as necessidades individuais dos pacientes. Mais estudos são necessários para refinar as diretrizes de aplicação, mas a experiência clínica até agora sugere que o Helixor pode ser uma ferramenta valiosa no arsenal de tratamentos complementares para o câncer.

Para mais informações sobre o estudo, acesse o artigo completo https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012000800002.

Posted by & filed under Nutrição, SAÚDE MENTAL.

Como a Dieta Cetogênica Personalizada Está Transformando o Tratamento da Depressão e Ansiedade.

Por: Informativo SPES

 

Nos últimos anos, a relação entre dieta e saúde mental tem ganhado atenção significativa. Um estudo de caso recente publicado na Frontiers in Nutrition revela resultados promissores no tratamento de depressão maior e transtorno de ansiedade generalizada através de uma abordagem inovadora: a terapia metabólica cetogênica personalizada.

 

Uma Nova Abordagem Terapêutica

O estudo acompanhou três adultos, com idades entre 32 e 36 anos, que enfrentavam esses transtornos mentais. Eles foram submetidos a uma dieta cetogênica animal com uma proporção de 1,5:1, combinada com monitoramento e suporte psicológico. Os resultados foram impressionantes: dois dos pacientes alcançaram remissão completa dos sintomas em apenas 7 semanas, enquanto o terceiro levou 12 semanas.

 

Resultados Promissores

Além da remissão dos transtornos, os pacientes relataram melhorias em bem-estar geral, compaixão e saúde metabólica, além de uma perda de peso significativa. Esses resultados indicam que a dieta cetogênica pode ser uma intervenção eficaz, especialmente para aqueles que não respondem aos tratamentos convencionais.

 

A Importância de uma Abordagem Personalizada

O sucesso do tratamento está na personalização da dieta às necessidades individuais dos pacientes, o que pode aumentar a adesão e eficácia. A inclusão de suporte psicológico e atividades físicas reforça uma abordagem holística, essencial para o tratamento eficaz de condições complexas como a depressão e ansiedade.

 

Conclusão:

Este estudo de caso destaca uma conexão intrigante entre saúde metabólica e condições psiquiátricas, sugerindo que a dieta cetogênica pode ser uma alternativa viável e promissora. À medida que a prevalência de transtornos mentais continua a crescer, explorar novas abordagens terapêuticas é mais importante do que nunca.

 

Atenção:

Se você ou alguém que conhece está lutando contra a depressão ou ansiedade, considere discutir com um profissional de saúde a possibilidade de integrar abordagens dietéticas no tratamento. Compartilhe este post para ajudar a disseminar informações sobre alternativas inovadoras e promissoras.

Referência:

Para uma leitura mais aprofundada, acesse o artigo completo: Complete remission of depression and anxiety using a ketogenic diet: case series publicado por Lori Calabrese, Rachel Frase e Mariam Ghaloo em 14 de maio de 2024.

Posted by & filed under TERMOGRAFIA DIGITAL.

Monitorização Térmica Digital: Uma Nova Ferramenta na Avaliação do Risco Cardiovascular.

Por: Informativo SPES

A saúde cardiovascular é uma preocupação crescente, especialmente em indivíduos com doença arterial coronariana (DAC). Um estudo inovador publicado na Vascular Medicine explora o potencial da Monitorização Térmica Digital (DTM) como uma ferramenta eficaz na avaliação da função vascular e no risco cardiovascular.

O Estudo

Com 133 participantes, metade homens e com idade média de 54 anos, o estudo incluiu 19 indivíduos com DAC conhecida. A DTM foi realizada através da medição das temperaturas dos dedos durante e após a oclusão do braço por dois minutos. O foco principal foi o rebote de temperatura (TR) após a desoclusão.

Resultados Surpreendentes

Os resultados revelaram que o TR foi significativamente menor em pacientes com DAC em comparação aos saudáveis, sendo 62% inferior no grupo com DAC (0,6 ± 0,9 °F) em relação ao grupo sem DAC (1,6 ± 1,7 °F), com um valor de p < 0,0003. Análises adicionais, ajustadas para idade e sexo, confirmaram que o TR estava associado à presença de DAC e a fatores de risco como hipertensão e diabetes.

Implicações Clínicas

O estudo destaca a DTM como uma ferramenta valiosa para detectar disfunções endoteliais precoces, que são precursoras de eventos cardiovasculares. A associação entre TR reduzido e DAC sugere que a DTM pode identificar pacientes em risco antes de eventos adversos. A inclusão de fatores como o escore de Framingham reforça a relevância da DTM em avaliações clínicas abrangentes.

Uma Abordagem Não Invasiva Promissora

Os métodos tradicionais de triagem de risco cardiovascular, como o perfil lipídico, podem ser complementados pela DTM, que oferece uma visão focada na resposta vascular ao estresse isquêmico. Este método não invasivo é especialmente valioso para populações assintomáticas, oferecendo uma alternativa promissora para a avaliação do risco cardiovascular.

Conclusão

A DTM surge como uma técnica promissora na avaliação da função vascular e na identificação de pacientes de alto risco para DAC. Os dados do estudo sugerem que a DTM pode ser integrada nas práticas clínicas, aprimorando a triagem e o manejo do risco cardiovascular.

Referência:

Gul, K. M., et al. “Digital thermal monitoring of vascular function: a novel tool to improve cardiovascular risk assessment.” Vascular Medicine 2009; 14: 143–148. DOI: https://doi.org/10.1177/1358863X08098850.

Posted by & filed under ONCOLOGIA.

Vírus Oncolíticos: A Nova Fronteira no Tratamento do Câncer

 

Por: Informativo SPES

 

O uso de vírus oncolíticos na terapia do câncer tem emergido como uma das abordagens mais promissoras na oncologia moderna. Esses vírus têm a capacidade única de atacar seletivamente as células tumorais, preservando as células saudáveis, o que representa um avanço significativo no combate à doença.

Como Funcionam os Vírus Oncolíticos?

Diferentes tipos de vírus, como adenovírus, herpes simplex e o vírus da doença de Newcastle, têm sido estudados em modelos animais e ensaios clínicos, mostrando eficácia e segurança. O segredo desses vírus está em sua capacidade de se replicar dentro das células cancerígenas, levando à destruição dessas células de forma seletiva. Além disso, ao infectarem as células tumorais, eles podem desencadear respostas imunológicas que ajudam ainda mais a eliminar o câncer.

Avanços na Engenharia Genética

Outro aspecto importante abordado é a evolução da engenharia de vetores virais. Essa tecnologia tem permitido a melhoria na entrega e na expressão de genes terapêuticos, aumentando a eficácia e a segurança dos tratamentos. Um marco importante foi a aprovação do primeiro medicamento de terapia gênica baseado em vírus oncolíticos, o Gendicine, na China. Desde então, outros tratamentos, incluindo um baseado em herpes simplex, foram aprovados nos EUA e na Europa.

O Futuro da Oncologia

Os avanços no uso de vírus oncolíticos abrem novas perspectivas para o tratamento do câncer. A combinação da seletividade desses vírus com a engenharia genética promete terapias cada vez mais eficazes e seguras. Esses desenvolvimentos trazem esperança para pacientes e especialistas, sinalizando um futuro promissor para a medicina oncológica.

Para saber mais sobre este tema, confira o artigo completo publicado no Biologics (2018). Você pode acessá-lo [aqui](https://doi.org/10.2147/BTT.S140114).

Posted by & filed under Nutrição, SAÚDE.

Controle do Diabetes Tipo 1 com Dieta Baixa em Carboidratos: Um Novo Caminho?

Por: Informativo SPES

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que, embora frequentemente diagnosticada na infância, pode afetar pessoas de todas as idades. Essa condição é marcada pela destruição das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, resultando em níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia). Sem tratamento adequado, o diabetes tipo 1 pode levar a complicações graves, como cegueira e insuficiência renal. Estima-se que 463 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com diabetes, tornando essa doença uma das principais preocupações de saúde global.

Tradicionalmente, as diretrizes recomendavam que indivíduos com diabetes tipo 1 consumissem entre 50% a 60% de carboidratos em sua dieta. No entanto, como os carboidratos são o principal macronutriente responsável por elevar a glicose no sangue, essas recomendações muitas vezes se mostraram ineficazes no controle da doença.

Um novo estudo busca desafiar essa abordagem tradicional, investigando os benefícios de uma dieta baixa em carboidratos para adultos com diabetes tipo 1. O protocolo do estudo, que será realizado ao longo de 26 semanas, envolve a participação de 20 adultos com níveis de HbA1c superiores a 7,0%. Os participantes iniciarão a dieta com 130 gramas de carboidratos por dia, reduzindo gradualmente essa quantidade para 50 gramas diárias. O principal objetivo do estudo é avaliar a mudança nos níveis de HbA1c, um importante marcador de controle glicêmico, além de observar a variabilidade glicêmica e a qualidade de vida dos participantes.

Os resultados desse estudo podem trazer novas perspectivas sobre o manejo do diabetes tipo 1, oferecendo uma alternativa dietética que potencialmente melhora o controle glicêmico e a qualidade de vida dos pacientes. A pesquisa contribui para o avanço do conhecimento na área e pode influenciar futuras diretrizes de tratamento.

Referências:
Felizardo AA, Paiva CDSB, Brasileiro JDFL, et al. Implementing a low-carbohydrate diet in adults to manage type 1 diabetes mellitus: a standard of care protocol. Int J Clin Trials. 2022 Feb;9(1):18-28. DOI: [https://doi.org/10.18203/2349-3259.ijct20220108](https://doi.org/10.18203/2349-3259.ijct20220108).

Posted by & filed under Nutrição, ONCOLOGIA.

Tratamento Inovador e Promissor para o Câncer de Mama em Estágio Terminal: Um Relato de Sucesso

Por: Informativo SPES

Em um cenário onde as opções de tratamento convencionais se mostram ineficazes, uma abordagem inovadora e promissora pode ser a chave para renovar as esperanças de pacientes com câncer avançado. Um recente relato de caso publicado no Cureus destaca como uma combinação de estratégias metabólicas e terapias avançadas resultou em uma resposta completa e duradoura em uma paciente com câncer de mama em estágio terminal.

A paciente, uma mulher de 47 anos diagnosticada com câncer de mama avançado em 2016, vivenciou uma progressão significativa de sua condição até 2018, o que a levou a procurar alternativas no ChemoThermia Oncology Center, em Istambul. Inicialmente, a paciente havia recusado a quimioterapia convencional, mas, frente ao agravamento da doença, optou por uma abordagem terapêutica não convencional.

O tratamento realizado envolveu a quimioterapia metabolicamente suportada (MSCT), dieta cetogênica (KD), hipertermia (HT) e terapia hiperbárica de oxigênio (HBOT). Essa combinação terapêutica, aplicada ao longo de seis meses, levou à eliminação completa das lesões detectáveis, resultado que se manteve por dois anos através de um suporte contínuo dietético e suplementar.

Um dos pontos cruciais discutidos no artigo é o efeito Warburg, um fenômeno onde as células cancerígenas preferem glicose como fonte de energia. A terapia utilizada explorou essa vulnerabilidade metabólica, oferecendo um novo caminho para pacientes que, como essa mulher, enfrentam o estágio mais avançado da doença e para quem as terapias convencionais não são mais uma opção viável.

Os resultados desse caso trazem esperança e apontam para a importância de explorar novas fronteiras no tratamento do câncer, considerando o metabolismo como um alvo estratégico para tratamentos futuros.

Referência:
İyikesici M, Slocum A, Winters N, et al. (April 26, 2021) Metabolically Supported Chemotherapy for Managing End-Stage Breast Cancer: A Complete and Durable Response. Cureus 13(4): e14686. DOI: 10.7759/cureus.14686.

Posted by & filed under SAÚDE.

A Conexão Preocupante entre Obesidade Abdominal, Resistência à Insulina e Exposição a Dioxinas.

Por: Informativo SPES

A obesidade é um problema de saúde pública que vai além de questões estéticas, especialmente quando falamos de obesidade abdominal. Essa forma específica de acúmulo de gordura está intimamente ligada à resistência à insulina, um precursor preocupante de condições como o diabetes tipo 2. Mas você sabia que a exposição a certos poluentes ambientais pode agravar ainda mais esse cenário?

Um estudo recente lançou luz sobre a ligação entre a exposição a dioxinas – um tipo de poluente orgânico persistente (POP) – e a resistência à insulina em pessoas com obesidade abdominal. Conduzido com 2876 participantes que vivem perto de uma área contaminada por dioxinas, o estudo investigou como esses poluentes podem influenciar o metabolismo.

Os resultados são alarmantes. Homens com níveis mais altos de certas dioxinas no sangue, além de obesidade abdominal, apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver resistência à insulina. O mesmo foi observado em mulheres, embora os congêneres de dioxinas envolvidos fossem diferentes. O grupo mais exposto a esses poluentes e com obesidade abdominal teve uma resistência à insulina até 5 vezes maior do que aqueles menos expostos.

Esses achados sugerem que a obesidade abdominal e a exposição a dioxinas podem ser uma combinação perigosa para a saúde metabólica, aumentando substancialmente o risco de resistência à insulina. Este estudo reforça a importância de considerarmos não apenas fatores alimentares e genéticos, mas também a exposição a substâncias tóxicas no ambiente, na luta contra a obesidade e suas complicações.

Portanto, se você está preocupado com a sua saúde, vale a pena prestar atenção tanto ao ambiente ao seu redor quanto aos hábitos de vida, já que ambos podem ter um impacto significativo na sua saúde metabólica.

 

Referência:

Chang, J.-W., Chen, H.-L., Su, H.-J., & Lee, C.-C. (2016). Abdominal Obesity and Insulin Resistance in People Exposed to Moderate-to-High Levels of Dioxin. PLoS ONE. DOI: [10.1371/journal.pone.0145818] https://doi.org/10.1371/journal.pone.0145818.

.

Posted by & filed under ONCOLOGIA.

Nova Diretriz da ASCO Explora o Uso da Medicina Integrativa para o Tratamento da Dor em Pacientes Oncológicos.

Por: Informativo SPES

Quando falamos de tratamento oncológico, a gestão da dor é uma das áreas que mais desafia pacientes e profissionais de saúde. Nesse cenário, surge uma nova diretriz, fruto da colaboração entre a Sociedade de Oncologia Integrativa e a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), que traz uma perspectiva inovadora: o uso da medicina integrativa para o manejo da dor em pacientes com câncer.

O que é a Medicina Integrativa?

A medicina integrativa combina terapias complementares com tratamentos médicos convencionais. A ideia não é substituir as terapias tradicionais, mas sim agregar práticas que possam melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A nova diretriz revisou 227 estudos publicados entre 1990 e 2021, incluindo revisões sistemáticas, meta-análises e ensaios clínicos randomizados, para desenvolver recomendações baseadas em evidências.

Terapias Recomendadas

A diretriz sugere várias abordagens complementares para o manejo da dor oncológica:

Acupuntura: Eficaz para dor articular, especialmente em pacientes que utilizam inibidores de aromatase.

Ioga: Recomendada para dores gerais do câncer e dores musculoesqueléticas.

Reflexologia e Acupressão: Indicadas para aliviar diferentes tipos de dor, incluindo a neuropatia periférica induzida por quimioterapia.

Massagem: Ajuda na redução do desconforto físico.

Imaginação Guiada com Relaxamento Muscular Progressivo: Utilizada para promover relaxamento e alívio da dor.

 

Cada uma dessas terapias foi avaliada quanto à qualidade das evidências disponíveis e a força das recomendações para diferentes tipos de dor.

E as Crianças?

Embora a diretriz apresente recomendações claras para adultos, as evidências para o uso de terapias integrativas em pacientes pediátricos ainda são insuficientes. Mais pesquisas são necessárias para entender como essas abordagens podem beneficiar crianças e adolescentes com câncer.

O Futuro do Manejo da Dor em Oncologia

Essa diretriz representa um passo importante em direção a um cuidado mais holístico e personalizado. Ela reforça a importância de integrar práticas complementares com tratamentos convencionais, sempre baseadas em evidências científicas sólidas.

Para profissionais de saúde, cuidadores e pacientes interessados em explorar mais sobre essas abordagens, a diretriz completa e recursos adicionais podem ser acessados nos sites da Sociedade de Oncologia Integrativa e da ASCO.

Essa nova visão sobre o manejo da dor oncológica pode ser exatamente o que muitos pacientes precisam para melhorar sua qualidade de vida durante o tratamento. É um campo em crescimento que certamente merece atenção e mais pesquisas no futuro.

 

Referência:

Autores: Jun J. Mao, MD, MSCE; Nofisat Ismaila, MD, MSc; Ting Bao, MD; Debra Barton, PhD; Eran Ben-Arye, MD; Eric L. Garland, PhD; Heather Greenlee, ND, PhD; Thomas Leblanc, MD; Richard T. Lee, MD; Ana Maria Lopez; Gary H. Lyman, MD, MPH; Jodi MacLeod, BA; Viraj A. Mestre, MD, PhD; Dra. Kavitha Ramchandran; Lynne I. Wagner, PhD; Eleanor M. Walker, MD; Deborah Watkins Bruner, PhD; Claudia M. Witt, MD, MBA; Eduardo Bruera, MD. Revista de Oncologia Clínica. Volume: 40, Número 34. Ano 2022.

DOI: [10.1200/JCO.22.01357](https://doi.org/10.1200/JCO.22.01357)