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Como a Oxitocina Molda Nossas Interações Sociais: O que a Ciência Revela

Por: INFORMATIVO SPES

 

Você já parou para pensar por que as interações sociais são tão importantes para o bem-estar e sobrevivência dos mamíferos, incluindo nós, humanos? Um estudo recente publicado na Nature Reviews Neuroscience oferece insights fascinantes sobre como a oxitocina, uma substância química do cérebro, desempenha um papel central nessas interações.

 

A pesquisa destaca que a evolução impulsionou a complexidade dos comportamentos sociais em vertebrados, levando ao desenvolvimento de cérebros maiores e mais sofisticados, especialmente nos mamíferos. No cerne dessa evolução está a oxitocina, um neuropeptídeo altamente conservado que influencia uma ampla gama de comportamentos sociais, desde a reprodução até a proteção e bem-estar.

 

A oxitocina, produzida por neurônios no hipotálamo, atua como uma peça-chave no sistema neural dos mamíferos, afetando como percebemos, processamos e reagimos a sinais sociais. A variação na conectividade desses neurônios e na liberação de oxitocina pode explicar por que diferentes espécies, e até indivíduos, exibem uma diversidade tão grande de comportamentos sociais.

 

O estudo também aborda a importância de modelos experimentais, como os realizados em roedores, para entender como a oxitocina regula circuitos neurais que influenciam desde interações sociais cotidianas até vínculos afetivos mais profundos. Esses achados são especialmente relevantes ao considerar possíveis disfunções sociais, como as observadas em casos de isolamento ou perda de parceiros, sugerindo que a oxitocina pode ser um alvo terapêutico promissor para tratar disfunções socioemocionais.

 

Em resumo, a oxitocina não só promove as interações sociais, mas também reforça os laços que mantêm os grupos unidos, sejam eles familiares, de amizade ou de parceria. Compreender o papel desse neuropeptídeo pode abrir novas portas para intervenções terapêuticas em uma série de condições que afetam a vida social e emocional.

 

Fonte: Detection, processing and reinforcement of social cues: regulation by the oxytocin system, Nature Reviews Neuroscience | Volume 24 | December 2023.

Saiba mais em https://doi.org/10.1038/s41583-023-00759-w

 

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Influência das Mídias Sociais no Comportamento Alimentar de Adolescentes: O Que o Estudo Revela?

Por: Informativo SPES

Nos últimos anos, o aumento dos transtornos alimentares entre adolescentes tem chamado a atenção de especialistas, especialmente com o crescimento do uso de mídias sociais. Um estudo recente, publicado na Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, investigou como as redes sociais estão moldando os comportamentos alimentares dos jovens.

 

Realizado com 97 adolescentes entre 13 e 15 anos em uma escola pública no município de Sangão, o estudo revelou dados preocupantes. Cerca de 42,3% dos participantes passam de 3 a 5 horas conectados diariamente, enquanto 21,6% utilizam a internet por mais de 8 horas. Essa intensa exposição às redes sociais tem mostrado um impacto direto na maneira como os adolescentes lidam com a alimentação e a imagem corporal.

 

O estudo aponta uma ligação significativa entre o tempo de uso das redes sociais e o hábito de realizar refeições em frente às telas. Este comportamento é preocupante, pois o artigo define os transtornos alimentares como síndromes comportamentais que afetam a saúde física e emocional, além das relações sociais.

 

Com o avanço da tecnologia, a pressão estética promovida por influenciadores digitais e conteúdo online se tornou mais intensa, contribuindo para o aumento desses transtornos, especialmente entre as meninas. O estudo reforça a necessidade de conscientização sobre os riscos do uso excessivo das redes sociais e seu impacto na saúde dos adolescentes.

 

Ao entender essas influências, pais, educadores e profissionais da saúde podem trabalhar juntos para mitigar os efeitos negativos das mídias sociais, promovendo hábitos alimentares mais saudáveis e uma relação mais positiva com a imagem corporal entre os jovens.

Referência:

Lima L., Coelho B., Viana V.M., Luciano T. F.(2002). Mídias sociais e a mudança no comportamento alimentar de adolescentes. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento.

Saiba mais em: https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2110

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Aumento de Eventos Cardiovasculares em Homens com Câncer de Próstata Tratados com Inibidores de Sinalização do Receptor de Andrógeno: O Que Você Precisa Saber

Por: INFORMATIVO SPES

Um novo estudo, conduzido por Akihiro Matsukawa e sua equipe de pesquisadores, trouxe à tona importantes descobertas sobre os riscos cardiovasculares associados ao uso de inibidores de sinalização do receptor de andrógenos (ARSi) em homens com câncer de próstata avançado. Publicado em agosto de 2023, este estudo revisou e analisou dados de 22 ensaios clínicos randomizados (ECRs), revelando insights cruciais para pacientes e profissionais de saúde.

Introdução
Os ARSi, incluindo medicamentos como abiraterona, enzalutamida, apalutamida e darolutamida, transformaram significativamente o tratamento do câncer de próstata avançado. No entanto, a relação entre esses medicamentos e os eventos cardiovasculares não era bem compreendida até agora. Este estudo visa esclarecer essa associação, oferecendo uma análise detalhada dos riscos cardiovasculares que esses tratamentos podem apresentar.

Metodologia
A equipe de pesquisa analisou dados de bancos como PubMed, Scopus e Web of Science, focando em estudos que envolviam pacientes com câncer de próstata avançado tratados com ARSi. Eles investigaram a incidência de distúrbios cardíacos, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana (DAC), fibrilação atrial e hipertensão. Para comparar os diferentes ARSi, foram realizadas meta-análises de rede (NMAs), comparando os resultados com a terapia de privação de andrógeno (SOC).

Resultados
Os resultados foram significativos e preocupantes. Os ARSi foram associados a um aumento no risco de distúrbios cardíacos (RR: 1,41, IC95%: 1,13-1,76) e hipertensão (RR: 1,84, IC95%: 1,47-2,32). Especificamente:
– Abiraterona aumentou o risco de hipertensão (RR 1,77; IC95% 1,39-2,26) e distúrbios cardíacos (RR 1,53; IC95% 1,15-2,04).
– Enzalutamida apresentou um risco ainda maior de hipertensão (RR 2,20; IC95% 1,66-2,91).
– Darolutamida não mostrou um aumento significativo no risco cardiovascular em comparação com SOC.

Implicações Clínicas
Essas descobertas ressaltam a necessidade de uma avaliação cuidadosa ao escolher ARSi para o tratamento de câncer de próstata avançado, especialmente em pacientes com histórico de doenças cardiovasculares. Cada ARSi apresenta um perfil de risco distinto, destacando a importância de uma seleção criteriosa e do monitoramento contínuo dos pacientes.

Conclusão
O estudo de Matsukawa e colaboradores oferece evidências claras de que os ARSi elevam o risco cardiovascular em homens com câncer de próstata avançado. Esses achados são cruciais para a tomada de decisões clínicas e enfatizam a importância de uma abordagem personalizada no tratamento, considerando os riscos e benefícios de cada opção terapêutica.

Para mais detalhes sobre este estudo, você pode acessar o artigo completo (https://doi.org/10.1097/01.JU.0001008804.84010.ec.06).

Fonte: Matsukawa, A., Yanagisawa, T., Rajwa, P., et al. (2023). “Avaliação de Eventos Cardiovasculares em Homens com Câncer de Próstata Tratados com Inibidores de Sinalização do Receptor de Andrógeno: Uma Revisão Sistemática, Meta-Análise e Meta-Análise em Rede”.

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Histamina Central, Receptor H3 e Terapia para Obesidade

Por INFORMATIVO SPES

A histamina é mais conhecida como a substância química que causa reações alérgicas, mas você sabia que ela também pode desempenhar um papel crucial na regulação do peso corporal? Pesquisas recentes têm destacado a importância do sistema histaminérgico central na homeostase energética, sugerindo novas direções para terapias de obesidade.

 

O Papel da Histamina na Regulação Energética

O sistema histaminérgico cerebral, através do receptor H1, é vital para a manutenção do equilíbrio energético do corpo. A ativação do receptor H1 aumenta a liberação de histamina no hipotálamo, uma região do cérebro que regula a ingestão de alimentos e o peso corporal. Esta liberação de histamina resulta na diminuição do apetite e na redução do peso.

 

Receptor H3: Um Alvo Promissor

Os receptores H3 de histamina são encontrados nas membranas pré-sinápticas de neurônios histaminérgicos. Estes receptores atuam como auto-receptores, regulando a liberação de histamina. Uma forma inovadora de combater a obesidade é utilizando antagonistas ou agonistas inversos do receptor H3, que aumentam a liberação de histamina no hipotálamo, promovendo a supressão do apetite.

 

Terapia Potencial para Obesidade

Considerando a crescente epidemia de obesidade e suas complicações associadas, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares, a modulação do sistema histaminérgico oferece um caminho promissor para o desenvolvimento de novas terapias. Medicamentos que visam aumentar a liberação de histamina no cérebro podem ajudar a controlar o apetite e, consequentemente, reduzir o peso corporal.

 

Conclusão

A pesquisa sobre o papel central da histamina e do receptor H3 na regulação do peso corporal abre novas possibilidades para tratamentos mais eficazes contra a obesidade. Ao entender e manipular este sistema, podemos estar mais próximos de oferecer soluções mais eficazes e menos invasivas para aqueles que lutam contra o excesso de peso.

 

 

Para mais detalhes sobre este estudo, acesse o artigo completo: https://www.eurekaselect.com/article/99358
DOI: 10.2174/1871527318666190703094846

Fonte: Received: CNS & Neurological Disorders – Drug Targets, 2019, 18, 516-522

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Viscum album no Tratamento do Câncer: O Que a Ciência Diz?

 

Por: Informativo SPES

 

A terapia com Viscum album, também conhecido como visco, tem ganhado popularidade como um tratamento complementar para o câncer, especialmente na Europa Central. Pacientes e médicos têm buscado essa abordagem devido às suas propriedades farmacológicas promissoras, que incluem efeitos citotóxicos e imunomoduladores. Mas o que as pesquisas dizem sobre a eficácia dessa terapia? Uma revisão publicada na revista Arte Médica Ampliada traz uma análise detalhada sobre o uso do Viscum album no controle tumoral e na melhoria da qualidade de vida.

O Que é o Viscum album?

O Viscum album é uma planta semiparasita, popularmente conhecida como visco, que cresce em várias árvores hospedeiras, como carvalhos e pinheiros. Seus extratos são utilizados há décadas na medicina complementar, principalmente no tratamento de pacientes com câncer. A terapia com visco é especialmente popular na Alemanha e em outros países da Europa Central, onde é amplamente prescrita por médicos que buscam melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais, como a quimioterapia e a radioterapia.

Propriedades Farmacológicas do Viscum album

Os extratos de Viscum album apresentam duas propriedades principais que despertam o interesse da comunidade médica:

  • Efeitos citotóxicos: O visco tem a capacidade de atacar diretamente as células tumorais, promovendo sua destruição.
  • Efeitos imunomoduladores: A terapia com visco também estimula o sistema imunológico, ajudando o corpo a combater o câncer de forma mais eficaz.

Essas características tornam o Viscum album um candidato interessante para o tratamento complementar do câncer, especialmente em pacientes que buscam alternativas naturais para melhorar sua resposta ao tratamento convencional.

Desafios na Realização de Ensaios Clínicos

Embora o Viscum album tenha mostrado resultados promissores, a realização de ensaios clínicos para avaliar sua eficácia enfrenta vários desafios. Um dos principais obstáculos é a dificuldade em manter um grupo de controle aleatório e cego, o que é essencial para garantir a validade dos resultados. Além disso, os altos custos envolvidos na condução de estudos independentes limitam o número de pesquisas de grande escala sobre essa terapia.

Apesar dessas dificuldades, a revisão destaca que existem estudos de boa qualidade que mostram os benefícios do Viscum album no tratamento do câncer. Esses estudos indicam que a terapia pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes, reduzir os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais e, em alguns casos, até mesmo ajudar no controle tumoral.

O Que a Comunidade Médica Deve Considerar?

A revisão conclui que, embora a realização de ensaios clínicos sobre a terapia com Viscum album seja desafiadora, os dados disponíveis são encorajadores. A comunidade médica deve considerar tanto os dados estatísticos quanto a experiência clínica na avaliação da eficácia dessa terapia.

Muitos médicos na Europa Central já incorporaram o Viscum album em suas práticas clínicas, com base em anos de observação dos benefícios relatados por seus pacientes. Isso sugere que, além dos resultados de ensaios clínicos, a experiência prática deve ser levada em consideração ao avaliar o papel do visco no tratamento complementar do câncer.

Conclusão

O Viscum album continua a ser uma opção promissora no tratamento complementar do câncer, especialmente para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os efeitos adversos dos tratamentos convencionais. Embora mais ensaios clínicos sejam necessários para validar sua eficácia de forma conclusiva, os estudos existentes e a experiência clínica acumulada indicam que essa terapia merece atenção por parte da comunidade médica.

Para mais detalhes sobre o estudo, acesse o artigo completo https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012000800002.

Referência:
Kienle, G. S., & Kiene, H. (2017). Ensaios clínicos da terapia com Viscum album para o câncer – Uma revisão. Arte Médica Ampliada, 37(2).

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Ketogenic Metabolic Therapy: Um Novo Caminho para Tratar Sintomas Depressivos Resistentes no Transtorno Bipolar II?

Por: Informativo SPES

Um estudo recente publicado pela “Frontiers in Nutrition” em agosto de 2024 explora uma abordagem inovadora para o manejo de sintomas depressivos resistentes em pacientes com transtorno bipolar II. A pesquisa focou na Terapia Metabólica Cetogênica (KMT) como uma possível alternativa para aqueles que não respondem aos tratamentos tradicionais.

O transtorno bipolar II é marcado por episódios de depressão e hipomania, que impactam profundamente a vida dos pacientes. Apesar dos tratamentos convencionais, como estabilizadores de humor, antidepressivos e psicoterapia, muitos continuam a sofrer de sintomas persistentes, prejudicando sua qualidade de vida.

Este estudo de caso destaca a experiência de uma mulher de 53 anos, que, após tentar várias intervenções, incluindo cetamina, medicação, psicoterapia, dieta mediterrânea e exercício físico, ainda enfrentava depressão resistente. Além do transtorno bipolar, ela também lidava com outras condições crônicas, como Trombocitopenia Imune, Enxaquecas e Hipotireoidismo.

Foi aí que Nicole Laurent, pesquisadora do estudo, implementou a Terapia Metabólica Cetogênica. A ingestão inicial de carboidratos da paciente, que era alta, foi reduzida drasticamente para 30 g/dia ao longo de duas semanas. A dieta passou a incluir principalmente proteínas de origem animal, óleos saudáveis, vegetais de baixo teor de carboidratos e suplementação de vitaminas e minerais.

Os resultados foram promissores. Ao longo de cinco meses, a paciente apresentou uma redução significativa nos sintomas depressivos e ansiosos, conforme medido por ferramentas padronizadas como o Generalized Anxiety Disorder-7 (GAD-7) e a Depression Anxiety Stress Scales (DASS).

Esse caso oferece novas evidências de que a Terapia Metabólica Cetogênica pode ser uma estratégia eficaz para o manejo de sintomas depressivos resistentes em pacientes com transtorno bipolar II, ampliando as possibilidades no campo da psiquiatria metabólica.

Este artigo certamente contribuirá para o debate contínuo sobre novas abordagens para o tratamento de transtornos psiquiátricos complexos.

Referência: Front. Nutr., 11 de agosto de 2024 |

Leia o estudo completo: https://doi.org/10.3389/fnut.2024.1394679.

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Transtornos Alimentares na Adolescência: Como a Anorexia Nervosa Impacta a Vida dos Jovens.

Por: Informativo SPES

A adolescência é uma fase cheia de desafios, marcada por mudanças físicas e emocionais profundas. Um estudo recente, publicado na Revista Enfermagem Atual In Derme, revela que essa etapa da vida é especialmente vulnerável ao desenvolvimento de transtornos alimentares, com destaque para a anorexia nervosa.

De acordo com a pesquisa, a pressão social para alcançar padrões de beleza irreais é um dos principais fatores que alimentam a insatisfação corporal entre os adolescentes. Essa insatisfação, por sua vez, pode desencadear distúrbios como a anorexia nervosa, um transtorno que vai além do físico, afetando gravemente a saúde mental e a qualidade de vida dos jovens.

O estudo aponta diversos fatores que predispõem os adolescentes a esse transtorno, entre eles:

Distorção da Imagem Corporal: Muitos jovens com anorexia têm uma percepção distorcida de seu próprio corpo, acreditando estarem acima do peso, mesmo quando estão abaixo do peso ideal.

Insatisfação Corporal: O desejo constante de perder peso, mesmo quando desnecessário, é um forte indicativo de risco.

Restrição Alimentar: A prática de dietas severas e a compulsão por exercícios físicos são comuns entre os adolescentes afetados.

Baixa Autoestima: A baixa autoestima foi identificada como um fator crítico no desenvolvimento de transtornos alimentares.

Influência da Mídia: A constante exposição a padrões de beleza inatingíveis, promovidos pelas redes sociais e outras mídias, exerce uma influência significativa sobre os jovens, levando-os a adotar comportamentos alimentares perigosos.

 

O estudo conclui que a adolescência é um período crucial para a prevenção de transtornos alimentares, como a anorexia nervosa. É fundamental que pais, educadores e profissionais de saúde estejam atentos aos sinais e ofereçam apoio adequado para proteger a saúde física e mental dos adolescentes.

 

Referência:

Fontenele, R. M., Ramos, A. S. M. B., Goiabeira, C. R. F., Cutrim, D. S., Galvão, A. P. F. C., & Noronha, F. M. F. (2019). Impacto dos transtornos alimentares na adolescência: uma revisão integrativa sobre a anorexia nervosa. Revista Enfermagem Atual In Derme.

DOI: [https://doi.org/10.31011/reaid-2019-v.87-n.25-art.201](https://doi.org/10.31011/reaid-2019-v.87-n.25-art.201

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Cobertores Pesados: Um Auxilio Promissor para Melhorar o Sono?

Por: Informativo SPES

Distúrbios do sono, como a insônia, são problemas comuns que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Durante a pandemia de COVID-19, muitos relataram um agravamento desses distúrbios, o que trouxe à tona a necessidade de buscar alternativas eficazes para melhorar a qualidade do sono. Embora tratamentos como a farmacoterapia e a terapia cognitivo-comportamental sejam amplamente utilizados, eles têm limitações, como a eficácia variável e o risco de dependência. Nesse contexto, os cobertores pesados surgem como uma abordagem promissora.

O Que São Cobertores Pesados?

Cobertores pesados são mantas projetadas para aplicar uma pressão uniforme sobre o corpo, simulando a sensação de um abraço suave. Essa pressão profunda, conhecida como deep touch pressure, tem sido associada a efeitos calmantes no sistema nervoso, promovendo relaxamento e, consequentemente, uma melhor qualidade do sono.

O Que a Pesquisa Revela?

Uma revisão recente, publicada em abril de 2024, analisou diversos estudos sobre o uso de cobertores pesados como uma intervenção para melhorar o sono e tratar distúrbios relacionados. A pesquisa incluiu estudos até março de 2023, avaliando a eficácia dos cobertores em diferentes populações, incluindo pacientes com insônia, TDAH, autismo e outros problemas de saúde mental.

Os resultados da maioria dos estudos foram encorajadores. Os cobertores pesados demonstraram:

  • Melhora na qualidade do sono: Pacientes relataram adormecer mais rápido e ter menos despertares noturnos.
  • Redução de emoções negativas: Ansiedade e estresse, frequentemente associados a distúrbios do sono, foram significativamente reduzidos.
  • Alívio de sintomas diurnos: Pacientes com TDAH e autismo, que muitas vezes enfrentam dificuldades durante o dia, também relataram melhorias em seu bem-estar geral.

Esses efeitos positivos são atribuídos à capacidade dos cobertores pesados de estimular a produção de melatonina, o hormônio responsável pela regulação do sono, e reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

Por Que Isso é Importante?

Com o aumento dos distúrbios do sono, especialmente em tempos de crise, como a pandemia, encontrar soluções não farmacológicas que sejam eficazes e seguras é crucial. Os cobertores pesados oferecem uma alternativa interessante, pois não envolvem medicação e podem ser facilmente incorporados à rotina de sono.

Além disso, eles podem ser particularmente úteis em ambientes clínicos, auxiliando pacientes com condições mais complexas, como TDAH e autismo, que frequentemente apresentam dificuldades para dormir.

O Que Ainda Precisa Ser Feito?

Embora os resultados sejam promissores, os autores da revisão destacam a necessidade de mais estudos controlados e de alta qualidade para validar a segurança e a eficácia dos cobertores pesados em diferentes populações. Ainda há questões a serem respondidas, como o peso ideal do cobertor para cada pessoa, a duração do uso e possíveis contra-indicações.

Conclusão

Os cobertores pesados podem ser uma ferramenta valiosa para melhorar a qualidade do sono e reduzir os sintomas de distúrbios relacionados. Com mais pesquisas, essa abordagem pode se consolidar como uma alternativa eficaz e acessível para quem busca uma noite de sono tranquila, sem os riscos associados a medicamentos.

Para mais informações sobre o estudo, acesse o artigo completo https://doi.org/10.3389/fpsyt.2024.1333015.

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Síndrome Metabólica na Transição Menopáusica: O Que Você Precisa Saber

Por: Informativo SPES

 

A menopausa é um período natural na vida das mulheres, mas traz consigo uma série de mudanças que podem impactar diretamente a saúde. Entre essas mudanças, a síndrome metabólica se destaca como um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. Mas qual é a real relação entre a menopausa e o aumento da prevalência dessa síndrome? Um estudo recente, revisado por Karina Giane Mendes e sua equipe, oferece respostas importantes.

O Que é a Síndrome Metabólica?

A síndrome metabólica é um conjunto de condições que, quando presentes em conjunto, aumentam significativamente o risco de doenças cardiovasculares e diabetes. Entre os principais componentes estão:

  • Aumento da circunferência da cintura
  • Pressão arterial elevada
  • Níveis anormais de colesterol e glicose

Esses fatores de risco, que já são preocupantes em qualquer fase da vida, tendem a se agravar durante a transição menopáusica.

A Transição Menopáusica e Seus Efeitos

A transição menopáusica é dividida em três fases principais:

  1. Pré-menopausa: Antes do início das alterações hormonais significativas.
  2. Perimenopausa: O período de transição, quando os níveis hormonais começam a oscilar.
  3. Pós-menopausa: Após a última menstruação, quando os níveis de estrogênio caem drasticamente.

É na fase pós-menopausa que os riscos para a saúde cardiovascular aumentam de forma mais significativa. A queda nos níveis de estrogênio favorece o acúmulo de gordura abdominal, um dos principais componentes da síndrome metabólica. Além disso, a pressão arterial tende a subir, aumentando ainda mais o risco de doenças cardíacas.

Principais Descobertas da Revisão

A revisão sistemática analisou estudos de diversas populações e revelou que a prevalência da síndrome metabólica em mulheres na transição menopáusica varia amplamente, de 7% a 46%. Essa variação pode ser explicada por fatores como diferenças genéticas, estilo de vida e cuidados de saúde em cada região.

No entanto, o que fica claro é que a menopausa desempenha um papel fundamental no aumento do risco de desenvolver essa síndrome. As alterações hormonais, especialmente a queda do estrogênio, são apontadas como um fator determinante para o acúmulo de gordura abdominal e o aumento dos fatores de risco cardiovascular.

Por Que Isso é Importante?

Com o aumento da expectativa de vida, as mulheres passam uma parte significativa de suas vidas na fase pós-menopausa. Isso torna ainda mais relevante o entendimento da relação entre a menopausa e a síndrome metabólica. A prevenção e o monitoramento dos fatores de risco são essenciais para garantir uma qualidade de vida melhor e evitar complicações graves, como infartos e derrames.

O Que Pode Ser Feito?

A pesquisa destaca a necessidade de mais estudos sobre a relação entre as alterações hormonais e os componentes da síndrome metabólica. No entanto, algumas medidas já podem ser adotadas para reduzir os riscos:

  • Manter uma alimentação equilibrada: Focar em alimentos ricos em fibras, proteínas magras e gorduras saudáveis pode ajudar a controlar o peso e os níveis de colesterol.
  • Praticar exercícios físicos: A atividade física regular é essencial para manter a saúde cardiovascular e controlar a circunferência da cintura.
  • Acompanhamento médico regular: Monitorar a pressão arterial, os níveis de glicose e colesterol é fundamental para detectar precocemente qualquer alteração.

Conclusão

A transição menopáusica é um período de grandes mudanças no corpo feminino, e entender os riscos associados a essas mudanças é o primeiro passo para uma vida mais saudável. A síndrome metabólica é uma preocupação real, mas com os cuidados certos, é possível minimizar seus efeitos e garantir uma melhor qualidade de vida.

Para mais detalhes sobre o estudo, acesse o artigo completo https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012000800002.

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Estado Nutricional e Risco Cardiovascular em Idosos: O Que a Ciência Revela

 

Por: Informativo SPES

 

O envelhecimento da população brasileira é uma realidade que traz consigo desafios importantes para a saúde pública. Entre eles, a relação entre o estado nutricional dos idosos e o risco de doenças crônicas, como a hipertensão, o diabetes e a síndrome metabólica, ganha destaque. Um estudo realizado no Rio Grande do Sul, Brasil, investigou esse tema e trouxe resultados relevantes para quem se preocupa com a saúde na terceira idade.

O Que o Estudo Investigou?

A pesquisa, conduzida por Fernanda Scherer e José Luiz da Costa Vieira, avaliou o estado nutricional de idosos e sua associação com fatores de risco cardiovascular e síndrome metabólica. Para isso, os pesquisadores utilizaram o Índice de Massa Corporal (IMC) como parâmetro para classificar o estado nutricional dos participantes. A síndrome metabólica foi diagnosticada com base nos critérios da International Diabetes Federation, uma das principais referências globais nesse assunto.

Principais Resultados

Os dados revelaram um cenário preocupante: 42% dos homens e 50% das mulheres avaliadas estavam com sobrepeso. Esse excesso de peso foi diretamente associado a um aumento significativo no risco de hipertensão arterial, diabetes mellitus e síndrome metabólica.

  • Sobrepeso e hipertensão: A pesquisa mostrou que indivíduos com sobrepeso tinham 3,3 vezes mais chances de desenvolver hipertensão e diabetes.
  • Síndrome metabólica: O risco de desenvolver essa condição foi ainda mais alarmante, sendo 6,9 vezes maior em pessoas com sobrepeso.

Esses números são um alerta importante, já que o sobrepeso e a obesidade estão cada vez mais presentes entre os idosos no Brasil, uma população que cresce rapidamente e demanda atenção redobrada em relação à saúde.

O Que Isso Significa?

O estudo concluiu que o estado nutricional, definido pelo IMC, é um fator determinante para a presença de condições como hipertensão, diabetes e síndrome metabólica em idosos. O risco de desenvolver essas doenças aumenta significativamente com o sobrepeso, enquanto a magreza parece atuar como um fator protetor.

Essa descoberta reforça a importância de monitorar e manter o peso saudável na terceira idade, independentemente do gênero ou da idade. A obesidade não é apenas uma questão estética, mas um fator de risco para complicações de saúde graves, que podem impactar diretamente a qualidade de vida dos idosos.

A Importância de Cuidar da Saúde na Terceira Idade

Com o envelhecimento da população brasileira, torna-se cada vez mais urgente a necessidade de políticas públicas e ações preventivas que incentivem o cuidado com o estado nutricional dos idosos. A obesidade e suas complicações, como mostra o estudo, são uma preocupação crescente e precisam ser enfrentadas com seriedade.

Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas e realizar exames regulares são medidas simples, mas eficazes, para garantir uma vida mais saudável e longeva. A ciência já nos deu o alerta: o cuidado com o peso é essencial para evitar doenças que podem comprometer a saúde na terceira idade.

Para mais detalhes sobre o estudo, acesse o artigo completo https://doi.org/10.1590/S1415-52732010000300003.